segunda-feira, 18 de abril de 2022

LUANA NUCCI: UMA HISTÓRIA DE AMOR COM A MÚSICA

CANTORA MANTÉM EM EVIDÊNCIA CANÇÕES EMBLEMÁTICAS DA MPB

Por Daniel Nápoli

No último sábado (16), foi comemorado o Dia Mundial da Voz e para marcar a data, o Ampulheta Virtual traz uma entrevista com a cantora, compositora e professora Luana Nucci. Nascida na cidade de Campinas/SP, mudou-se logo nos primeiros anos de vida para o município de Salto/SP, em que deu os seus primeiros passos no mundo da música.

“Meu primeiro contato com a música foi através do Conservatório de Música em Salto, tinha uns 5 anos mais ou menos, comecei a fazer musicalização, teoria, influenciada pelos meus pais que apesar de não tocarem nenhum instrumento sempre ouviram música de boa qualidade, tinha muita MPB em casa, ouvia muita coisa”, recorda.

Já seu primeiro contato com música ao vivo, foi na adolescência. “Foi num show da Adriana Calcanhoto, eu tinha uns 14 anos e aquilo me impactou bastante, foi a primeira vez  que vi uma mulher tocando e cantando num palco, voz e violão, mais nada e eu vi naquele momento que eu poderia fazer aquilo. Sempre gostei das músicas dela e da forma como ela se apresentava , me influenciou bastante isso  e eu comecei daí a tocar com uns 15 anos”, diz Luana que fez sua primeira apresentação, na cidade de Salto.

“ Com 15 anos foi o meu primeiro show, em Salto, a Rosana Costa Pinto era dona de um estabelecimento chamado "O Beco", ela me cedeu um espaço, tocava sem ser remunerada só ganhando experiência”, comenta a cantora que se apresenta profissionalmente há 21 anos.

Dona de uma linda voz e com grande personalidade em suas apresentações, Luana mantém viva a Bossa Nova,  fazendo muitas pessoas recordaram a juventude ou apresentando para as novas gerações, canções que marcaram época.

“Minha raiz está na MPB mesmo, é lógico que gosto bastante de música internacional, mas eu gosto muito de Bossa Nova, Chico Buarque, gosto bastante de Rita Lee, foi uma influência muito grande, a Tropicália em si, eu gosto muito de música brasileira e eu acho que na época em que comecei a tocar, a minha primeira influência foi a Adriana Calcanhoto com certeza, aí tiveram aquelas mulheres que começaram a aparecer tocando violão, a  Zélia Duncan já fazia isso e foi uma influência, a Ana Carolina veio bem forte com essa identidade de voz e violão e Nara Leão também que tinha esse formato, eram poucas mulheres que cantavam e tocavam”, destaca a cantora.

 Em suas apresentações em bares, restaurantes e casas de shows, Luana mescla músicas atuais com os grandes clássicos. A respeito disso, a compositora comenta. “Eu mesclo atualidade com as músicas mais emblemáticas da MPB por dois motivos: primeiro precisamos estar atualizados de acordo com o mercado. A gente tem que seguir pelo menos um pouco do mercado, se a gente se adaptar a realidade e colocar a nossa personalidade naquela música atual, eu acho que ela fica com aquele ‘clima’, aquela essência que cada cantor tem, então saber interpretar aquela música e colocar a sua roupagem , eu acho isso muito importante, a gente acaba se apoderando daquela música, parece que não é mais daquele compositor original”.

“Eu acho que é muito importante que as músicas antigas estejam no repertório, faz parte da nossa cultura, faz parte da história da música brasileira e os jovens de hoje precisam ter contato com isso, saber que existe uma riqueza por trás da composição. Não que as músicas modernas não tenham, mas eu acho que pra gente gostar das coisas, precisa conhecer. Se eu posso de alguma forma disponibilizar esse conhecimento, essas músicas desse período mais emblemático da Música Popular Brasileira”, prossegue.

“Se eu posso apresentar um Chico Buarque, um Tom Jobim, uma Rita Lee, um Cartola, uma Carmem Miranda para os jovens e que de alguma forma eles consigam se identificar, eu acho muito importante e interessante para a construção também de uma mentalidade mais aberta, desbravadora que todo mundo precisa ter. Precisa ter essa mentalidade de querer conhecer sempre mais, de não vestir a camisa de um só estilo, gostar só de sertanejo ou só de funk, pop ou rock, acho que a gente precisa conhecer de tudo para realmente saber o que a gente gosta ou não gosta, é permitir essa opção de escolha do público”, acrescenta a cantora.

Luana prossegue. “Quando eu mostro várias coisas e vários ritmos, talvez muita gente não conheça aquilo e passe a gostar. Quando somos assinalados só com um ritmo predominante, como vem sendo com o sertanejo, o pop e o funk que estão nas rádios, em tudo que é lugar, a música mais comercial, a gente não tem opção de gostar de outras coisas.Temos que ir em busca de coisas muito específicas através do Spotify [serviço de streaming de música, podcast e vídeo], mas como que alguém vai buscar alguma coisa no Spotify se não conhece, se não está na mídia? Eu acho que através da música ao vivo eu consigo passar um pouquinho dessa possibilidade.”

Sobre o significado da música em sua vida, Luana declara. “Música para mim é tudo. Não é só trabalho, é lar, acolhimento,  desabafo, alegria, é uma mistura de todos os sentimentos, de formas e expressões que a gente pode ter. Música é o meu mundo e sempre será meu mundo, tanto na forma de expressar como intérprete, como também como educadora, poder ver a transformação que a música faz nas pessoas. eu ver uma pessoa conseguir cantar, tocar e eu conseguir ser a portadora dessa arte de alguma fora, isso não tem preço. É realização como um todo.”

Para encerrar, a cantora aproveita para deixar uma mensagem. “Um agradecimento a todo mundo que acompanha, aos meus pais, aos meus melhores amigos que estão sempre me apoiando e para todo mundo, deixo a mensagem de que a música faz parte da vida e ela precisa de uma atenção maior. Quando a gente vai ouvir música, precisamos não ouvir só a letra, mas tudo o que está acontecendo, todos os instrumentos, porque é o conjunto de tudo que dá o sentimento, a nossa identificação com a música. Então, são nesses detalhes instrumentais, de acordes, de melodias, de impostação vocal que a gente vê a magia acontecer e quando a gente entende tudo isso, a vida fica bem melhor também”.


Abaixo, um trecho de Luana Nucci interpretando a canção “Dindi”, de autoria de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira.

 


 

Aos interessados em contratá-la para shows ou conhecer um pouco mais sobre sua carreira podem acessar: https://www.facebook.com/luana.nucci.7; https://www.instagram.com/luana.nucci/.

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