DOIS ASTROS QUE ERAM
PRIMOS
Pouca gente sabe – possivelmente a maioria jamais poderia
imaginar – mas dois grandes nomes da MPB foram primos: Cyro Monteiro e Cauby
Peixoto. Embora durante suas carreiras não haja qualquer referência sobre o
parentesco, nem fotos que os mostrassem juntos.
Cyro tinha como tio – irmão de sua mãe – o violonista
Elizário Peixoto (conhecido como Cadete) que era pai de Cauby.
Cyro Monteiro – Nascido
no Rio de Janeiro em 28 de maio de 1913, Cyro era filho de um dentista e uma
dona de casa (Ildefonso Monteiro e Luiza) e teve oito irmãos, curiosamente
todos batizados com nome iniciados com a letra C: Celso, Célia, Careno, Celma,
Cícero, César, Cássio e Cenira.
Ainda jovem, Cyro formou dupla com o irmão Careno que, por
excesso de timidez, recusou-se em apresentar-se na Rádio Clube do Brasil, do Rio de Janeiro, para cantar ao lado do
então já astro Silvio Caldas, deixando Cyro sozinho com a missão.
Silvio gostou de Cyro e não demorou muito o levou para a Rádio Mayrink Veiga. A partir disso, a
carreira de Cyro deslanchou. Sua marca registrada era interpretar sambas
acompanhando pelo batuque de uma pequena caixa de fósforos. Ficou conhecido
pelo apelido de Formigão.
Cyro morreu de cirrose em 13 de julho de 1973, aos 60 anos,
no Rio de Janeiro.
Cauby Peixoto – Nascido
Cauby Peixoto Barros em Niterói a 10 de fevereiro de 1931, é considerado uma
das maiores vozes da música brasileira.
Iniciou carreira no final dos anos 1940, logo destacando-se
pelo timbre forte, grave e aveludado. Seu Pai Eliziário, conhecido por Cadete,
era cantor, compositor e violonista e sua mãe tocava bandolim. Suas irmãs
também foram cantoras, os irmãos, instrumentistas e também foi sobrinho do
músico Nonô, pianista que popularizou o samba
naquele instrumento. Cauby foi o caçula de seis irmãos: Aracy, Moacyr,
Andyara, Araken e Iracema.
O primeiro disco, um 78rpm foi gravado em 1951, no Rio, e
logo foi levado a São Paulo, onde assinou contrato com a Rádio Nacional. O estrelato veio em 1955, com uma versão em
português da música Blue Gardênia, de
Nat king Cole. Seu maior sucesso e
marca registrada foi Conceição,
gravada em 1956.
Com o sucesso no rádio, TV e cinema, Cauby atingiu um nível
de fama, que era obrigado a fugir de fãs. Não foram poucas as vezes que tinha
suas roupas rasgadas pelas moçoilas mais fanáticas.
Foi o primeiro cantor brasileiro a gravar Tom Jobim com a
música Foi a Noite, em 1956, além dos
clássico Samba do Avião, em 1962.
Com o passar do tempo, Cauby assumiu um estilo
espalhafatoso, usando roupas que abusavam de brilhos e paetês.
Cauby, ao lado de Aguinaldo Rayol até hoje são os cantores
considerados com a melhor e mais potente voz da música brasileira.
Cauby também cantou e encantou o Brasil ao lado de uma voz feminina incomparável: Ângela Maria, alcançando grande sucesso.
Por muito tempo Cauby Peixoto, Ângela Maria, Aguinaldo Rayol, Lennie Eversong e Aguinaldo Timóteo foram considerados os donos das mais potentes vozes da música brasileira.
Sua morte ocorreu na noite de 15 de maio de 2016, aos 85
anos, em São Paulo. Estava hospitalizado para tratamento de uma pneumonia.
Foi enterrado no Cemitério de Congonhas, em São Paulo.