segunda-feira, 23 de junho de 2008

Grandes Cantores 1

Wilson Simonal

Nascido Wilson Simonal de Castro no Rio de Janeiro em 26 de fevereiro de 1939 e falecido também no Rio, 25 de junho de 2000, aos 61 anos.

Iniciou a carreira cantando como crooner na noite carioca e apareceu na TV cantando no programa Os Brotos Comandam, apresentado por Carlos Imperial e foi levado por Luiz Carlos Mieli e Ronaldo Bôscoli ao Beco das Garrafas, tradicional reduto da Bossa Nova.

Entre 1966 e 67 comandou o programa Show em Si... monal, em São Paulo, na TV Record, sendo o primeiro artista negro a ter um programa todo seu, onde revelou-se como um grande showman. Tinha um incrível domínio sobre a platéia e cantava com um swing que foi chamado pelo próprio Simanal de "pilantragem". Músicas como País Tropical, Sá Marina, Mamãe Passou Açucar em Mim, Meu Limão, meu Limoeiro foram alguns dos grandes sucessos.

Compôs a música Tributo à Martin Luther King, que dedidou ao filho e tornou-se um verdadeiro hino à liberdade dos negros.

Em 1970, vivendo o auge de sua carreira, acompanhou a seleção brasileira de futebol na Copa do México.

Ainda no início da década de 70, houve um desfalque na empresa em que Simonal possuía, sendo que seu contador foi preso e acusado - supostamente - de ter praticado o roubo. Durante os interrogatórios, o cantor foi acusado de ser informante do Dops - Departamento de Ordem Política e Social. Os jornalistas da época acabaram sendo induzidos a acreditar que Simonal era informante do SNI - Serviço Nacional de Informações. O jornal alternativo O Pasquim acusou-o de "dedo-duro", o que desmoralizou o cantor junto à classe artística, cultural e intelectual da época, provocando o imediato declínio de sua até então profícua carreira.

Mesmo negando veementemente as acusações, Simonal jamais reabilitou-se do baque e passou a ser uma pessoa deprimida e entregue ao vício do alcoolismo, o que acabou por levá-lo à morte, acontecida em 2000.

Em 2002 a família do cantor requisitou abertura de processo para verificar a acusação de informante do regime. Após serem reunidos depoimentos de diversos artistas, além de um documento datado de 1999 em que o então secretário de Direitos Humanos, José Gregori, atestava que não havia evidências - fosse nos arquivos do Serviço Nacional de Informações - SNI - ou no Centro de Inteligência do Exército - de que Simonal houvesse agido como delator.

Como resultado, o nome do músico foi reabilitado publicamente pela Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB -, em 2003. Justiça feita, ainda que de forma tardia.

Simonal teve dois filhos que também são músicos: Wilson Simoninha e Max de Castro.

O primeiro vídeo mostra o cantor na antológica apresentação de Tributo à Martin Luther King e o segundo um encontro cheio de ginga com Elis Regina na música Vem Balançar.



2 comentários:

Anônimo disse...

This topic have a tendency to become boring but with your creativeness its great.

Eloisa disse...

Quem em são consciência, que leia este blog e ouça seus vídeos com o coração, mesmo não tendo vivenciado essas épocas, pode deixar de gostar?

Simonal, o grande show man, o grande injustiçado, grande vítima da nossa infame época de ditadura!

Essa música "Tributo a Martin Luther King" emociona demais. Há que se lamentar por estar esquecida por nossos atuais cantores quando deveria sim, tornar-se "um hino" contra os rascismos que insistem em sobreviver!

Demais sua postagem Moura.