terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cantores & Compositores - 9


NOEL ROSA

O centenário de Noel Rosa não poderia passar em branco para o Ampulheta Virtual.

Nascido no Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1910, o grande boêmio faleceu precocemente, em 4 de maio de 1937, aos 26 anos, também no Rio de Janeiro.

Cantor, compositor, violonista, bandolinista, Noel foi um dos mais importantes nomes da música no Brasil em todos os tempos. Seria o maior, indiscutivelmente, se não houvesse morrido tão jovem.

Noel foi um importante elo de ligação entre o samba do morro e o rádio, principal meio de comunicação da sua época, colaborando de forma decisiva para a popularização do samba em todas as classes sociais.

Noel nasceu num parto difícil e tanto ele como a mãe correram sério risco (houve a necessidade do uso de fórceps pelo médico). Nasceu também com hipoplasia (desenvolvimento limitado) da mandíbula, o que marcou suas feições por toda sua vida.

Filho primogênito de Manuel Garcia de Medeiros Rosa (comerciante) e dona Martha (professora), Noel foi criado em Vila Isabel.

Ainda adolescente criou gosto pela música ao aprender tocar bandolim de ouvido, o mesmo acontecendo com o violão. Bem jovem, tornou-se figura conhecida na boemia carioca.

Abandonou os estudos - chegou a cursar medicina - em favor das noitadas regadas à cerveja. Chegou a integrar alguns grupos musicais, entre eles Os Tangarás, com João de Barro (Braguinha), Henrique de Brito, Alvinho e Almirante.

As primeiras composições surgiram em 1929, cantadas por ele mesmo - Minha Viola e Toada do Céu - mas não tiveram destaque. O sucesso chegaria em 1930, com Com que Roupa?, música que teria feito para questionar a própria mãe, que escondia suas vestes para ele não sair pelas noites cariocas. A música hoje é um verdadeiro clássico.

Foi criado um clima de rivalidade com o compositor Wilson Batista e, com isso, a música só teve a ganhar. Os dois compositores criaram várias músicas onde atacavam-se e rebatiam. Foi nessa época que Noel apresentou, entre outras, as músicas Feitiço da Vila e Palpite Infeliz.

Apesar da aparência pouco convencional, Noel teve várias namoradas e algumas amantes casadas. Em 1934 casou-se com Lindaura Rosa, mas não escondia ser apaixonado por uma prostitura de cabaré, Juraci Correia de Araújo, a Ceci, para quem compôs Dama do Cabaré.

A boemia rendeu-lhe uma tuberculose. Noel era obrigado a passar temporadas em cidades serranas, de melhor clima, mas sempre voltava ao Rio, às noitadas, bebida e cigarro, além das muitas mulheres.

Chegou a mudar-se para Belo Horizonte onde a esposa engravidou, mas sofreu um aborto e não pode mais ter filhos.
Acabou voltando ao Rio onde faleceu em sua casa, aos 26 anos, sempre cuidado por Dona Martha, a mãe, e Lindaura a esposa.

As músicas de Noel Rosa serviram também para fazer de Aracy de Almeida uma grande cantora. Ela era a interprete preferida de Noel e consagrou-se, na época, como a Dama da Central (do Brasil).

Alguns de seus maiores sucessos foram: Com que Roupa? (1930), A.E.I.O.U. (1931), Fita Amarela (1932), Isso não se faz (1933), O orvalho vem caindo (1933), Feitiço da Vila (1934), As Pastorinhas (1934), Conversa de Botequim (1935), Palpite Infeliz (1935),

O Ampulheta Virtual selecionou apenas quatro dos inúmeros sucessos de Noel Rosa.



























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