sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Em Família - 8

OS GONZAGA

Januário José dos Santos nasceu na cidade pernambucana de Flores (ou Pageú das Flores, não se tem o registro certo) em 25 de setembro de 1888 e morreu em Exu, 11 de junho de 1978, aos 89 anos.

Januário José dos Santos dividia-se entre a enxada e a sanfona em Exu, cidade a aproximadamente 600 quilômetros de Recife, no Pernambuco.


Com dona Santana (Ana Batista de Jesus) tiveram nove filhos sendo que o segundo ganhou o nome de Luiz e não demorou muito para adotar a sanfona como companheira, acompanhando o pai nos forrós para desespero da mãe, que não queria ver o filho nos palcos.


Januário era conhecido como “o mestre dos oito baixos”, e tocava sua sanfona realmente com maestria.


Em 1960 ficou viúvo e com a maioria dos filhos já residindo no Sudeste, continuou fiel à sua terra.
Em novembro de 1960, já viúvo, casou-se com Maria Raimunda de Jesus, dessa união adotou um bebê de 3 dias que registrou como filho com o nome de João Batista Januário.

GONZAGÃO
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em Exu/PE, 13 de dezembro de 1912 e morreu em Recife/PE, 2 de agosto de 1989, aos 76 anos.




O jovem Luiz logo passou a ser conhecido como Luiz de Januário e, já com o consentimento da mãe, e ainda muito menino, não parou mais.

De certa forma a mãe acabou seduzida pelos dois mil réis que o pequeno Luiz trazia para casa, o que ajudava na vida difícil. Também havia a “proteção” do Coronel Manuel Aires de Alencar, homem bondoso e respeitado até por seus inimigos.


Luiz Gonzaga seguia trabalhando na roça e tocando, economizando seu dinheiro para realizar o sonho de ter uma sanfona nova.


Foi o coronel que acabou ajudando, pois o instrumento custava cento e vinte mil réis e o jovem tinha apenas a metade.


Durante a revolução de 1930, já no Exército, Gonzaga passou pelas mais diversas cidades. Em Juiz de Fora/MG, conheceu Domingos Ambrósio, que o ensinou outros tipos de músicas mais poplares no Sul, como valsa, tango e samba.


Em 1939, já fora do Exército, veio para São Paulo e em seguida para o Rio de Janeiro, onde passou a tocar em bares da zona do baixo meretrício, cabarés da Lapa e também em programas de calouros no rádio.


Com a música Vira e Mexe, de sua própria autoria, foi muito aplaudido no Programa Ary Barroso, o que lhe rendeu o primeiro contrato.


No ano de 1945 mantinha um romance com a corista Odaléia Guedes. Quando se conheceram ela já estava grávida. Luiz Gonzaga registrou a criança assumindo-a e dando o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que se tornaria o Gonzaguinha.


A união não durou muito e em 1948 Gonzaga assumia o romance com sua então secretária, a pernambucana Helena Cavalcanti, com quem viveu até perto de sua morte.


Entre a segunda metade dos anos 40 e a primeira dos anos 50 o baião consolida-se e Luiz Gonzaga vive sua época áurea, passando a ser um dos artistas mais populares do Brasil e ganhando os apelidos de "Lua" e “O Rei do Baião”.


A música Asa Branca, composta em parceria com Humberto Teixeira, tornou-se um verdadeiro hino do povo nordestino.

O vídeo mostra Asa Branca na voz de Gonzagão. Participam Sivuca, Elba Ramalho e Fagner e mais um coral composta por uma platéia de famosos.


Com o declínio do baião e o aparecimento da bossa-nova e jovem guarda, Gonzagão passa a atuar mais no interior e no Nordeste.


Após mais de 35 anos de sucesso, Gonzagão retorna à Exu, sua cidade natal e dá início a seu grande projeto, a construção do sonhado Museu Gonzagão, onde se encontra suas sanfonas, suas roupas, seus diplomas, medalhas troféus, discos de ouro e a sanfona com a qual tocou para o papa, em Fortaleza/CE.

Gonzagão sofria de osteoporose e morreu de parada cardiorrespiratória num hospital de Recife.

GONZAGUINHA
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, nasceu no Rio de Janeiro/RJ, 22 de setembro de 1945 e morreu em Renascença/PR, 29 de abril de 1991, num acidente automobilístico, aos 45 anos.

Gonzaguinha perdeu a mãe muito cedo e acabou sendo criado pelos padrinhos Dina e Xavier.

Com 14 anos compôs sua primeira música, Lembranças da Primavera e em 1961, aos 16 anos, foi morar com o pai para estudar.


Chegou a estudar economia na Universidade Candido Mendes Ary Fontera.


Na casa de Aloizio Carrero, conheceu Ivan Lins e conheceu também Ângela, que viria a ser sua primeira esposa e mãe de Daniel e Fernanda. Depois com a cantora e atriz Sandra Pêra, teve a filha Amora Pêra, hoje atriz.


De postura abertamente contrária à ditadura, Gonzaguinha frequentou o DOPS. Suas músicas tinham letras ásperas e Gonzaguinha passou a ser conhecido por “cantor rancor”.


A partir do final dos anos 70, com o início abertura, passou a fazer músicas mais suaves e alcançou sucesso com Começaria tudo outra vez, Grito de alerta e Explode coração, entre outras.


Em seus últimos anos de vida viveu em Belo Horizonte/MG com a segunda esposa Louise Margarete Martins – a Lelete – com quem teve a filha Mariana, sua caçula.


Após um show na cidade paranaense de Pato Branco, sofreu um acidente automobilístico em Renascença/PR, que colocou fim à sua vida.

O vídeo mostra Gonzaguinha em show ao vivo recebendo Gonzagão na música Vida de Viajante, outro clássico da MPB.

Nenhum comentário: