sábado, 5 de janeiro de 2008

Mitos 1



Mário Lago

Nas fotos, Mário ainda jovem no fim dos anos 30 e já idoso, no início do Século 21.

Nascido no Rio de Janeiro em 26 de novembro de 1911 e falecido também no Rio, em 30 de maio de 2002, Mário Lago, além de ator, foi compositor, poeta, radialista e advogado além de grande militante do Partido Comunista..

Como compositor, deixou alguns sucessos inesquecíveis como Ai que saudades da Amélia (1942) e Atire a primeira pedra, ambas compostas em parceria com Ataulfo Alves.

Filho do maestro Antônio Lago, teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos. Na década de 30 formou-se em Ciências Jurídicas na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, hoje Faculdade de Direito da UFRJ, quando inciou sua militância política no Partido Comunista Brasileiro, quando foi contemporâneo de Carlos Lacerda, Lamartine Babo e Jorge Amado, entre outros. Trabalhou em teatro de revista compondo, escrevendo e atuando.

Passou a ser conhecido do grande público quando começou a atuar em novelas da Globo como Casarão, Nina, Brilhante e Barriga de Aluguel, entre tantas outras. Fez também teatro e atuou em cinema como no filme Terra em Transe, de Glauber Rocha entre tantos outros.

Em dezembro de 2001, já debilitado e numa cadeira de rodas, foi homenageado de forma especial por sua carreira recebendo o Troféu Domingão do Faustão. No ano seguinte foi criado o Troféu Mário Lago com o qual Fausto Silva homenageia anualmente um grande nome da teledramaturgia.

Em sua última entrevista, concedida ao Jornal do Brasil, disse que estava escrevendo uma auto-biografia e tinha certeza de chegar ao centenário. "Fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele", revelou.

O tempo, entretanto descumpriu o acordo e o levou aos 90 anos. Mário Lago morreu em sua casa, no Rio, de enfisema pulmonar.

O vídeo é uma homenagem à Mário Lago. Nele Rui de Carvalho e Dóris Monteiro, no Tijuca Tênis Clube, cantam Aí que saudades da Amélia, em 2002. Além de relembrar o grande sucesso, vale ver Dóris Monteiro, grande cantora, há muito afastada do grande público.



Curiosidades

<> Seu primeiro grande sucesso como compositor foi Nada Além (1937), na voz de Orlando Silva.
<> Uma música imortalizada foi a marchinha carnavalesca Aurora (1940), consagrada na voz de Carmem Miranda.
<> Foi roteirista da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, escrevendo radionovelas.
<> Escreveu três livros e foi biografado por Mônica Velloso em Mário Lago: boemia e política.
<> No ano de 2000 foi homenageado pela Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz, do Rio.
<> Amélia existiu de fato. Vale a pena conhecer a sua história nas palavras de Mário: “Amélia era o nome de uma lavadeira que trabalhava na casa da cantora Aracy de Almeida e seu irmão, o baterista Almeidinha. Amélia era ótima pessoa, de uma dedicação sem limites. Era capaz de fazer qualquer sacrifício por sua família ou por qualquer pessoa que a ela recorresse. Tinha bom humor e não se aborrecia com as trapaças e dissabores da vida. Todas as vezes que o Almeidinha ficava sabendo de uma desavença amorosa no grupo, costumava dizer: “Ai, a Amélia! Aquilo sim é que era mulher! Lavava, engomava, cozinhava, apanhava e não reclamava”.

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