Seriados 8

National Kid

(A ilustração é do cartunista Rucke, um dos melhores do Brasil. Ele pode fazer sua caricatura, charge ou desenho. É só contata-lo pelo e-mail ruckecartunista@yahoo.com.br) A foto mostra os Incas Venuzianos, grandes inimigos do herói.

Você pensa que merchandising é coisa dos novos tempos?

Pois saiba que em 1960 a empresa japonesa de eletrodomésticos National Eletronics Inc. (atual Panassonic), visando aumentar suas vendas em todo mundo encomendou um seriado de televisão estrelado por um herói com superpoderes, cujo nome fosse vinculado à empresa. Assim foi criado o National Kid. Os episódios foram todos filmados em preto-e-branco e os atores eram amadores.

National Kid na verdade era um pacato professor que, para defender a Terra, vestia roupa espacial, capacete e máscara e adquiria superpoderes. Ele era oriundo de Andrômeda e, munido de duas pistolas, combatia e vencia os mais bizarros seres invasores.

O herói, cuja identidade secreta era Massao Hata, foi vivido por dois atores, ambos amadores. O primeiro foi Ichiro Kojima e depois Tatsume Shiutaro. Massao Hata era um pacato professor cujos alunos eram as crianças Gôro, Kura, Yukio, Kioko, Tomohiro e Tiako (a mais velha, que tomava conta da casa e dos menores) que sempre na tentativa de ajudar acabavam, invariavelmente atrapalhando. Seu assistente chamava-se Yuriko. Havia também o cientista Dr. Mizuno e o delegado Takakura com seu assistente Hisako. Nenhum era ator ou atriz profissional.

Dos inimigos, os Incas Venuzianos e os Seres Abissais, foram os que tiveram maior destaque.

Curiosidades

<> No Brasil, de 1964 até meados de 1970 o seriado foi exibido entre Record e Globo. Na década de 90, voltou ao ar pela Manchete.

<> National Kid venceu todos seus inimigos, mas sou vencido pelo Ministro da Justiça da ditadura, Alfredo Buzaid, que simplesmente censurou todas as séries que tinham super-heróis voadores.

<> Acreditem: o seriado fez mais sucesso no Brasil que no Japão. A declaração foi do próprio Daiji Kazumini, que criou o projeto, quando esteve no Brassil, nos anos 90.

<> Daiji Kazumini, aliás, também foi responsável pela criação de Spectreman, outro seriado, mas este sem tanta repercussão por aqui.

<> Entre 1960 e 1961, foram produzidos 39 episódios.