ZULU, A “BOLETE” QUE
NUNCA RIA
Geralmente uma pessoa para se dar bem na televisão, precisa, no mínimo, saber sorrir. É claro que precisa muito mais que isso. Ter talento, é primordial. Mas um bom e grande sorriso, indiscutivelmente, abre muitas portas.
Então, como fazer sucesso na televisão passando toda a carreira sem esboçar um sorriso sequer?
Essa é a história de Cleusa Maria, mais conhecida como Zulu, a bolete do Clube do Bolinha.
Para os mais jovens, o Clube do Bolinha foi um programa de calouros e variedades comandado por Edson “Bolinha” Cury entre os anos 1960 e 1990 nas TVs Excelsior e Bandeirantes.
Bonita, corpo muito bem definido, Zulu era uma das dançarinas de destaque do Clube do Bolinha, programa que rivalizava em estilo com Cassino do Chacrinha, A Hora da Buzina (Chacrinha) e o Show de Calouros (Raul Gil).
Bolete era como se chamava as dançarinas de palco de Edson Bolinah Cury, no embalo das Chacretes, as dançarinas do Chacrinha e até mesmo das Silvetes, de Silvio Santos.
O fato de nunca sorrir, passou a intrigar os telespectadores e até os próprios convidados do programa. Atento a isso, Bolinha passou a usar o fato como atração do programa.
Chegava ao lado da dançarina e contava piadas, falava gracejos (sempre dentro da ética) e divertia ao público. Zulu, entretanto, mantinha-se séria.
Até um concurso chegou a ser lançado procurando alguém que a fizesse sorrir.
Zulu nasceu Cleusa Maria e era filha de uma lavadeira e um feirante, que sempre, desde pequena sonhava em trabalhar na televisão, quando ganhou a chance de integrar o corpo de dançarinas do Bolinha.
Ela chegou a dizer em uma entrevista que “o Bolinha foi um pai para mim. Graças a ele eu venci na vida”.
Mas se ela era feliz no programa, por que não sorria?
A própria Zulu desvendou o mistério, tempos depois de o programa ter saído do ar e mesmo depois da morte de Edson Bolinha Cury.
“Eu tive uma paralisia facial e desde pequena não podia sorrir. Até hoje não consigo”, disse em 2018.
O que pouca gente sabe é que Cleusa Maria, a famosa Zulu, faleceu em 7 de dezembro de 2022, em Tatuí/SP, vítima de complicações decorrentes de Covid-19. Ela, entretanto, já vinha travando uma luta contra um câncer. Tinha 70 anos.
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