quinta-feira, 18 de junho de 2020

Grandes Cantores - 3


Nelson Gonçalves

Nascido Antônio Gonçalves Sobral em Santana do Livramento/RS em 21 de junho de 1919 e falecido no Rio de Janeiro em 18 de abril de 1998, Nelson Gonçalves foi uma das mais lindas vozes da MPB, tendo vendido mais de 78 milhões de discos.

Ainda criança, mudou-se para São Paulo, no bairro do Brás, onde seu pai tornou-se feirante. Nos tempos vagos, o pai tocava violão e Nelson cantava, ganhando gorjetas.

Também fez serviços de pedreiro e teve de abandonar os estudos para ajudar a família, trabalhando como jornaleiro, polidor, tamanqueiro e engraxate.

Jovem, tornou-se lutador de boxe na categoria peso-médio, maneira encontrada para ganhar um pouco mais de dinheiro.

Essa carreira acabou abandonada, já que Nelson começou a perseguir seu sonho de infância, que era ser artista. Gago, ganhou o apelido de “metralha”. Isso, entretanto não o fez desistir.

Após várias tentativas sem sucesso, voltou a ser pedreiro. Em 1939, aos 20 anos, casou-se com Elvira Molla e teve um casal de filhos. 

Casado, pai e desempregado, foi trabalhar como garçon no bar do único irmão, na Avenida São João.

Ainda em 1929 partiu com a família ao Rio de Janeiro, onde fooi tentar a sorte nos mais diversos programas de calouros. Após várias tentativas, sem sucesso, voltou a ser garçon.

Em 1941 começou a cantar por conta própria em bares, arrecadando gorjetas, até que finalmente conseguiu gravar um disco de 78 rotações, que foi bem recebido pelo público. Passou a trabalhar no Cassino Copacabana como crooner e finalmente assinou contrato com a Rádio Mairink Veiga.

A partir disso, os sucessos foram brotando, com músicas como Maria Bethânia, Normalista, renúncia e o sucesso maior em toda a sua carreira, A Volta do Boêmio.

Com carreira já consolidada, fez shows por todo o Brasil, Uruguai, Argentina e Estados Unidos. Em uma apresentação em Minas, conheceu uma fã e após envolvimento, engravidou a moça, que jamais revelou isso ao cantor que na época ainda era casado.

A moça, com rígidos padrões familiares, acabou casando-se com um homem mais velho, amigo de seu pai e teve uma filha que só foi reconhecida por Nelson Gonçalves em 1991, após exame de DNA. 

Nesta altura a mãe já havia falecido. A moça foi bem aceita por Nelson e demais familiares.

Após divorciar-se, Nelson conheceu a cantora Lourdinha Bittencourt, que havia substituído Dalva de Oliveira no Trio de Ouro. O casamento aconteceu em 1952 e o divórcio, em 1959.

Mais um casamento aconteceu em 1965, com a fã Maria Luiza da Silva, que lhe deu mais casal de filhos.

Nesta época a carreira e a vida pessoal de Nelson passou por sérios 
problemas, com o cantor entrando em depressão e pensando em desistir da carreira. Foi quando passou a ser alcoólatra, conheceu a cocaína e chegou a tentar o suicídio. Sua esposa suportou tudo e não o deixou em momento algum. Nelson envolveu-se com drogas por mais de 20 anos.

O vício foi definitivamente abandonado em 1973. Foi quando o cantor gravou o álbum A Volta do Boêmio nº 1, que tornou-se grande sucesso.

Seguiu gravando nos anos 70, 80 e 90, tornando-se um dos maiores recordistas de vendas. Antenado, não ficou só vivendo do passado. Gravou Ângela Rô Rô, Lulu Santos, Legião Urbana, Kid Abelha e Lobão.

Durante a longa carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos de 78 rotações, 128 álbuns e vendeu aproximadamente 78 milhões de discos, ganhando 38 discos de ouro e 20 de platina.

Nelson Gonçalves faleceu em 18 de abril de 1998, quando visitava a filha Marilene, de infarto agudo do miocárdio. Tinha 78 anos. Está sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

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