sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Curiosidades - 1

ROQUE SANTEIRO

A novela Roque Santeiro, de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, foi censurada pelo governo da ditadura no dia de sua estreia. Na verdade o DOPS havia interceptado uma ligação telefônica de Dias Gomes em que afirmava que Roque Santeiro seria a adaptação para a televisão da pela Berço do Herói, do próprio Dias, que havia sido censurada e proibida em 1963.

A Censura Federal, então avisou a Globo que a novela estava proibida, no dia de sua estreia, quando 30 capítulos já haviam sido gravados e editados.

Sem outra alternativa de imediato, a Globo foi obrigada a relançar uma edição compacta de Selva de Pedra, de Janete Clair, esposa de Dias Gomes, que já havia sido grande sucesso. Neste tempo a própria Janete foi convocada para escrever uma nova novela, em caráter de urgência. Foi assim que nasceu um dos maiores sucessos de todos os tempos: Pecado Capital. Mas isso é outra história.

Voltando à Roque Santeiro, a novela só seria liberada em 1985 - dez anos após a censura - já no governo civil de José Sarney. A emissora, em consideração ao elenco da primeira versão, convidou praticamente os mesmos artistas para participar da novela, mas a maioria não aceitou por estar envolvida em outros trabalhos.

Varios cenários da primeira versão acabaram sendo utilizados para as gravações de Pecado Capital. Francisco Cuoco e Betty Faria, que seriam os protagonistas de Roque Santeiro, foram os protagonistas de Pecado Capital. A nova novela acabou utilizando boa parte daquele elenco da versão que foi proibida.

Para a segunda versão de Roque Santeiro, a Globo voltou a chamar Francisco Cuoco e Betty Faria (Roque Santeiro e Viúva Porcina) que não aceitaram e a direção chamou então José Wilker e Regina Duarte para os papéis. Lima Duarte continuou sendo Sinhozonho Malta.

Os personagens de João Carlos Barroso (Toninho Jiló), Ilva Niño (Mina) e Luis Armando Queiroz (Tito Moreira França) continuaram com os mesmos artistas.

Milton Gonçalves, que era padre Honório passou a ser o promotor Lourival Prata (o padre, que passou a chamar-se Hipólito, foi interpretado por Paulo Gracindo), Elizangela passou a viver Marilda, esposa de Roberto Mathias (Fabio Junior) e Lutero Luiz, que na primeira versão seria o prefeito Florindo Abelha, passou a ser o Dr. Cazuza Amaral. Florindo Abelha, o seu Flô, ganhou vida pela magistral interpretação de Ary Fontoura.

Já a primeira-dama Dona Pombinha, marcante papel de Eloísa Mafalda, seria vivido na primeira versão por Eva Todor.

Para o papel de Viúva Porcina (originalmente Betty Faria) foram sondadas Sônia Braga, Vera Fischer, Marília Pêra e até mesmo Fernanda Montenegro, mas o papel da fogosa viúva acabou sendo vivido de forma espetacular por Regina Duarte.

No dia 10 de dezembro de 1985 a novela alcançou o pico de 98 de audiência, algo histórico. no capítulo final, em 22 de fevereiro de 1986, deu média de 96, com picos de 100 de audiência.

O vídeo mostra a abertura da primeira versão



Já este é a abertura da segunda versão


 Veja as chamadas de Roque Santeiro em 1985

 Vale ver uma interessante comparação que o Vídeo Show fez das duas versões da novela.

Nenhum comentário: